COMO SE APRENDE A LER E A ESCREVER OU, PRONTIDÃO,
UM PROBLEMA MAL COLOCADO
(TELMA WEIZ)
Pesquisas sobre o processo de alfabetização mostram que, para
poder se apropriar do sistema de escrita as crianças precisam construir
respostas para duas perguntas: “O que a escrita representa? E “Qual a estrutura
do modo de representação da escrita?
Uma pesquisa feita em Recife
exclareceu que a criança não compreende aque a escrita representa a fala, o som
das palavras e não o objeto em si.
Ao começar a se dar conta das
características formais da escrita, a criança constroi duas hipóteses que vão
acompanhá-la por algum tempo durante o processo de alfabetização. Para elas é
preciso um número mínimo de letras para que esteja escrito alguma coisa e que é
preciso um número mínimo de variedades de carácteres para que uma série de
letras “sirva para ler”.
Enquanto a criança não encontra
respostas as duas perguntas citadas no primeiro parágrafo, ela tenta adequar a
escrita, algumas com desenhos, outras , utilizando as letras do próprio nome em
diferentes ordens.
A HIPÓTESE SILÁBICA
É o avanço entre as hipóteses
anteriores da criança e as informações que a realidade lhe oferece. O que
caracteriza essa hipótese é a crença de que cada letra representa uma sílaba.
Essa hipótese é falsa, porém, é
necessária e muito mais verdadeira do que as hipóteses anteriores, pois já
entendeu que a escrita representa os sons da fala. As pesquisas de Emília
Ferreira, em 1982 com crianças de 1ª série mostraram que 85% precisaram desse
“erro construtivo” para chegar a hipótese alfabética.
Sem dúvida é uma fase de grande
avanço conceitual e uma enorme fonte de conflito cognitivo.
Para superar, é necessário uma
concepção dialética do processo de aprendizagem, uma concepção que permita ver
a ação do aprendiz construindo o seu conhecimento, onde o professor é o
mediador entre aquele que aprende e o conteúdo as ser aprendido.
O CAMINHO DA HIPÓTESE ALFABÉTICA
As ecritas silábicas e
silábico-alfabetica têm sido consideradas como patologias pela escola sem conhecimento
do processo.
Compreendendo essas hipóteses com que
a criança está trabalhando, passa a ser possível problematizá-la para que gere
avanços na compreensão do sistema de escrita. E assim a criança aprende a ler.
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